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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Morre o Pai da Osseointegração Per-ingvar Branemark

Morreu, anteontem, o médico sueco Per-Ingvar Branemark, descobridor do fenômeno da “osseointegração”, a capacidade do titânio se aderir ao osso, o que permitiu o desenvolvimento das técnicas de implante dentário com pinos feitos deste material, tão comuns nos dias atuais. Branemark morou por alguns períodos em Bauru entre 1992 e 2010 e, aqui, construiu seu único instituto no País, o P-I Branemark, que atende a grande maioria dos pacientes de maneira gratuita e sem auxílio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O pesquisador e professor morreu em sua cidade natal, Gotemburgo, na Suécia. Segundo informações apuradas pelo JC, ele já estava doente há algum tempo, mas a causa da morte não foi confirmada oficialmente.
Branemark publicou dezenas de livros, recebeu outras dezenas de prêmios internacionais e foi indicado algumas vezes ao Nobel como cientista e médico, que só não recebeu, segundo o que se comenta nos bastidores, pelo fato de o pesquisador ter um personalidade muito forte. “Mas ele merecia ter ganhado. Além de ser o pai da implantodontia moderna, teve um papel social muito importante ao melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas que não poderiam pagar pelo tratamento”, comenta o professor titular da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOB/USP) Carlos Eduardo Francischone.
A descoberta da osseointegração – fenômeno que Branemark percebeu quando implantou uma câmera de observação feita em titânio na tíbia de um coelho – completará 50 anos em 2015. Embora, inicialmente, tenha enfrentado resistência por parte da comunidade científica internacional, o conhecimento deste fenômeno proporcionou o desenvolvimento de técnicas para a elaboração de próteses avançadas com o objetivo de repor, além de dentes, partes do corpo perdidas por tumores, acidentes ou mutilações, tais como mãos, orelhas, narizes, mandíbulas e até segmentos maiores do rosto. 
“O Branemark era genial. Ele não apenas contribuiu para a odontologia, mas a revolucionou por completo. E, por isso, merece todas as homenagens por seu trabalho”, comenta o professor titular da FOB/USP Alberto Consolaro.
Em Bauru
O médico veio ao Brasil pela primeira vez em 1988 e, em 1992, junto com uma equipe clínica internacional, iniciou a reconstrução de fissuras e outras deformidades maxilofaciais em Bauru, como colaborador do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, o Centrinho. 
Seis anos depois, estabeleceu parceria com a Universidade Sagrado Coração (USC), onde chegou a manter, antes da inauguração do instituto, um centro de osseointegração. Hoje, unidades como esta – que também oferecem atendimentos sem custos - estão espalhadas pelo mundo todo. 
Quando decidiu construir o Instituto P-I Branemark em Bauru (leia mais abaixo), o pesquisador declarou que havia escolhido o Brasil por acreditar no potencial do País e por saber das dificuldades de acesso gratuito ao tratamento com implantes. A decisão pelo município foi motivada pelo concentração de profissionais competentes e especializados na área, além do fato de Bauru, cidade universitária, ser polo de pesquisa em odontologia e anomalias craniofaciais.
Em 2004, um ano antes da inauguração do instituto, Branemark recebeu o título de cidadão bauruense, concedido pela Câmara Municipal.
O instituto
 Inaugurado em 2005, o Instituto P-I Branemark de Bauru é uma associação sem fins lucrativos, localizada na quadra 27 da avenida Nações Unidas, mantida por doações nacionais e internacionais. Os recursos são fundamentais para que o instituto atenda 80% dos pacientes gratuitamente, requisito exigido pelo município para conceder, em regime de comodato, o terreno onde foi construído o prédio da entidade. No local, há médicos e outros profissionais que trabalham de forma voluntária. 

Fonte:
http://www.jcnet.com.br/