quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

NOVA DROGRA DESACELERA O GANHO DE PESO

Pesquisa publicada ontem na revista Science é passo importante na luta contra a obesidade: cientistas da Universidade Johns Hopkins, EUA, desenvolveram uma droga capaz de bloquear, em camundongos, a ação da grelina (hormônio responsável pela sensação da fome). A substância foi injetada em roedores submetidos a dieta rica em gorduras e, mesmo assim, eles deixaram de ganhar peso.

A substância, ainda experimental, fez aumentar nos camundongos a tolerância à glicose e desacelerou o ganho de peso sem redução no consumo de alimentos. O estudo, classificado como protocolo de pesquisa, sugere que a droga afeta o metabolismo, e não o apetite.


Novas Ações Metabólicas

A endocrinologista e presidente da ABESO, Dra. Rosana Radominski, explica que “a grelina já está relacionada a outras funções diferentes do controle do apetite. Age no sistema nervoso central, tem certa influência na secreção do hormônio do crescimento, é importante em processos cognitivos (como no processo de aprendizagem) etc. Segundo ela, “esta descoberta demonstra novas ações metabólicas do hormônio: controle glicêmico e redução do aumento ponderal (aumento do peso), sem redução da ingestão alimentar”.

O mérito principal da equipe de cientistas liderada pelo Dr. Brad Barnett foi descobrir uma maneira de interferir na ação do hormônio da fome. É que, para agir, ele depende da presença de uma enzima conhecida como GOAT (na sigla em inglês). Os especialistas criaram um composto que inibe o GOAT, resultando na inibição da ação da grelina e, logo, desacelerando o ganho de peso.



Opções de Tratamento




Durante a pesquisa, relatam os cientistas, foi necessário aplicar várias vezes o composto inibidor do GOAT nos camundongos. Embora otimista, a equipe de pesquisadores ainda não pode afirmar se será possível produzir um medicamento que reproduza essa função inibidora.
A Dra. Rosana Radominski acha que ainda é muito cedo para pensar em medicamentos. “A grande maioria dos fármacos não funciona em humanos, apesar de funcionarem em animais”. Há um longo caminho a ser percorrido, segundo ela. “Mas a descoberta demonstra que a procura de tratamentos eficazes para o controle metabólico e para a redução de peso continua”. Ela conclui comentando “sobre a importância de surgirem opções para o tratamento, já que vários medicamentos foram tirados do mercado”.















ANALGÉSICOS PODE AUMENTAR TENDÊNCIA A SUICÍDIO.

O agente ativo ziconotida (ziconotide), a toxina sintética do caracol cone (Conus magus), foi aclamada pela comunidade médica como uma alternativa segura à morfina, quando foi introduzido, há seis anos.

Agora, há cada vez mais suspeitas de que ele possa levar pacientes a cometerem suicídio.

A equipe do Dr. Christoph Maier, da Universidade Ruhr, na Alemanha, acredita que a ziconotida não suprime apenas a transmissão do estímulo doloroso, mas também deteriora o estado de espírito do paciente e pode, simultaneamente, reduzir a ansiedade e o controle dos impulsos.

Esses mecanismos podem promover tendências suicidas em pacientes vulneráveis.

Os cientistas recomendam assim um diagnóstico cuidadoso e o acompanhamento da condição psíquica dos pacientes tratados com analgésicos à base de ziconotida.

Eles publicaram suas conclusões no periódico Medical Journal Pain.



Analgésico e suicídio
A ziconotida tem inúmeras vantagens, incluindo o fato de que ela não tem nenhum dos efeitos colaterais geralmente associados com os opioides, como depressão respiratória (asfixia).
Além disso, o componente não leva ao desenvolvimento de tolerância.
Ele está no mercado desde 2004, sendo administrado a pacientes com bomba intratecal quando os opioides não se mostram suficientes ou desencadeiam efeitos colaterais inaceitáveis.

Recentemente, contudo, o número de relatos sobre os efeitos colaterais psíquicos da ziconotida aumentou.
Os pesquisadores alemães analisaram numerosos estudos, registrando um número crescente de tentativas de suicídio, as quais os autores dos estudos originais não haviam atribuído ao tratamento com a ziconotida.
Os especialistas insistem que as empresas farmacêuticas e as autoridades de saúde devem urgentemente investigar os casos novamente.



Uso da ziconotida
Segundo eles, doravante, todos os pacientes deveriam ser analisados para possíveis distúrbios psíquicos antes do início de tratamentos à base de ziconotida e serem monitorados de perto, independentemente do alívio da dor devido à droga.
Os médicos afirmam que os casos mencionados ressaltam o fato de que um aumento no tratamento da dor quando as drogas-padrão falham nem sempre é o modo correto de ação.

Segundo o Dr. Maier, muitas vezes este é exatamente o caminho errado.

Esta mesma conclusão já havia sido apontada algumas semanas antes, no Congresso da Federação Alemã Terapeutas da Dor.